Famoso
durante os anos 80/90 pela já aclamada coleção de que faz parte, o título de Lúcia
Machado de Almeida ganhou uma adaptação cinematográfica em 2016.
Alberto
era um estudante de medicina que, certo dia fora surpreendido pela visão do
irmão Hugo assassinado dentro de sua própria casa, com uma espada cravada no
coração. Mais curioso ainda era que, poucos dias antes, Hugo recebera um
embrulho pelos correios que continha um besouro fincado em uma rolha de
cortiça. Intrigado com aqueles acontecimentos, Alberto fizera uma pesquisa
sobre o estranho animal e constatou que seu nome científico remetia claramente
ao objeto que ceifara a vida do irmão. Mesmo desconhecendo qualquer atrito de
Hugo com quem fosse, o caso fora levado à polícia para investigação do dedicado
inspetor Pimentel.
Poucos
dias depois uma nova morte assustara os moradores da pequena cidade onde
Alberto vivia. O filho mais novo da dona de uma pensão, a irlandesa Clara O’Shea,
morrera envenenado ao tomar um comprimido para um resfriado. Curiosamente o
garoto também recebera um escaravelho de presente dias antes. O embrulho macabro
que o assassino enviava às suas vítimas já era o suficiente para que Pimentel e
Alberto traçassem um modus operandi
daquele serial killer em potencial.
Com
o passar do tempo um novo fato acionara o alerta daqueles que achavam tudo se
tratar de mera coincidência: a artista Maria Fernanda fora tragicamente
assassinada durante um concerto. Nas três mortes, além do recebimento do inseto
outra característica comum intrigava os investigadores: todas as vítimas eram
ruivas. Com isso a polícia resolvera escoltar os ruivos que ocupavam posição de
destaque na cidade – como o Padre Afonso – até porque novos casos de
assassinato vinham acontecendo frequentemente. Inclusive, Rachel Saturnino, uma
amiga íntima de Alberto, havia sido atacada em um local público e só não
sofrera destino igual ao dos outros porque o estudante surgira repentinamente
para salvá-la.
A
ação do “inseto” já levava a polícia a levantar suspeitas. Dentre as principais
estavam os trabalhadores e moradores da pensão de Clara O’Shea, onde seu filho
Clarence fora envenenado. Especialmente o cozinheiro e a camareira, além de
Verônica, uma moradora por quem Alberto nutria certo romance. Verônica era
suspeita uma vez que os policiais haviam encontrado um embrulho cheio de
besouros debaixo de sua cama. Além do mais, quando novas mortes ocorriam algum
dos suspeitos sempre estavam presente ou próximos às cenas dos crimes. Porém,
tamanha desconfiança levara Verônica a se afastar definitivamente de Alberto,
já que o rapaz era o braço direito do inspetor nas investigações. E assim o
caso se arrastou por anos a fio, até que o assassino fez sua última vítima (e
por sinal, o último ruivo da cidade) sendo esta o próprio Padre Afonso.
Quando
o caso já havia sido arquivado por falta de elementos que identificassem o
autor dos crimes, após se formar e atuar no ramo da medicina, Alberto tivera um
encontro revelador. Tudo ocorrera durante um congresso em que um conceituado
cardiologista revelara uma história intrigante que definitivamente colocava um
fim a toda aquela onda de mistério que pairava sobre os habitantes da cidade
natal de Alberto por tantos anos... A revelação final mostraria os perigos de
uma mente psicótica no seio da sociedade.
A
autora de O Escaravelho do Diabo
consegue construir uma trama de mistério digna das grandes produções do gênero,
como aquelas de grandes nomes como Arthur Conan Doyle ou Clarice Lispector.
Mesmo com capítulos curtos e uma leitura fluida a história não se perde em
narrativas apressadas, sem riqueza de detalhes e com fatos previsíveis. Ao
final, o que se tem é uma história rica em suspense, sem heroísmos floreados,
mas com um desfecho digno dos grandes casos policiais.
REFERÊNCIA
LITERÁRIA
Título: Escaravelho do Diabo, O
Autoria: Lúcia Machado de Almeida
Editora: Ática
Ano: 1982
Local: São Paulo
Série: Coleção Vaga-lume
Gênero: Suspense | Policial | Drama
Confira o trailer da adaptação para o cinema lançada em 2016:
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