segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Os Mortos-vivos: cercados pelos vivos (v. 12) (Robert Kirkman)

            Exaustos pela longa jornada na estrada rumo a Washington e mais ainda pelo desgaste psicológico ocasionado pelas inúmeras tragédias vivenciadas, o grupo apoiava-se na esperança de que um fim para aquela dura travessia ainda fosse possível e que seus esforços alcançassem o resultado esperado com a revelação de Eugene. Após Carl ter confessado porque matou Ben, o diálogo entre pai e filho revela o limiar da insanidade naquela nova sociedade apocalíptica: quando as pessoas perdem a noção de que as mortes que causam é uma prática ruim, mesmo sabendo agirem em legítima defesa na maioria dos casos. O grupo parecia ser pouco a pouco tomado por certo delírio, fazendo com que se confundam em relação aos valores que aprenderam a preservar. A certeza de que para protegerem aos que amavam era necessário o sacrifício daqueles que se tornavam ameaça era uma verdade dura de aceitar.
Quando um novo teste no rádio ia ser feito para averiguar se recebia algum sinal, a farsa de Eugene é revelada: ele não era nenhum cientista a serviço do governo e a história sobre Washington era apenas um álibi inventado por sua inteligência para manter-se vivo, já que assim teria a proteção necessária, incapaz de consegui-la por suas próprias forças. Nesse contexto, embora a revolta inflame Rick e Abraham no primeiro momento, o escopo da ida a Washington torna-se agora a busca por comida. Enquanto Rick e Abraham debatem as novas estratégias, um novo personagem surge. A nova figura é Aaron, que afirmar provir de um grupo de cerca de 40 pessoas, onde há alimento, segurança e abrigo. Mesmo ainda apavorados pelos acontecimentos que a população de Woodbury e o Governador ocasionaram, bem como o susto provocado pelos canibais, todos decidem seguir junto com ele rumo à misteriosa comunidade. No caminho encontram seu amigo, Alex, que afirma estar ali unicamente por que agiam em duplas na procura de novos integrantes. Tudo parece providencial demais...
No caminho o grupo salva dois amigos de Aaron que estavam em apuros. Depois seguem rumo à cidade misteriosa. É recebido amistosamente por Douglas Monroe, uma espécie de líder da comunidade, que lhes atribui tarefas de acordo com suas habilidades, revelando que a cooperação era a chave de sobrevivência naquela comunidade. O local parece um verdadeiro oásis em meio ao caos que o mundo se tornara. Por outro lado, aquela sociedade parecia muito bem organizada, a ponto de gerar certa desconfiança. Acostumados a serem enganados por grupos que pareciam coesos demais, mas que se revelaram como verdadeiras quadrilhas de carnificina, Rick e seus companheiros decidem passar a noite juntos, atentos a cada movimento dos pacíficos moradores.
Embora naquele mundo arruinado a confiança fosse algo sempre mais difícil de oferecer, os novos habitantes da comunidade encontram ali alívio para suas tormentas. Ainda que sitiados por muros, pela primeira vez podem exercer atividades que tinham antes do pandemônio e levar uma vida, diga-se de passagem, “normal”. Todos alimentavam grandes esperanças de finalmente poderem iniciar dali a reconstrução de uma sociedade repentinamente aniquilada. A sociedade daquele lugar era diferente do povo de Woodbury uma vez que não vivia amedrontada pelo jugo de um líder ditador e sim pela abertura de um líder disposto ao diálogo quando fosse necessário dirimir controvérsias. Mesmo assim, a cautela provinda de suas experiências mais catastróficas dizia a Rick que nada poderia ser aquilo que parecia, de forma que a precaução nunca era dispensável.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:      Mortos-vivos, Os
Subtítulo: cercados pelos vivos (v.12)
Autoria:    Robert Kirkman / Charlie Adlard
Editora:    HQM Editora
Ano:         2013
Local:       São Paulo
Série:       Mortos-vivos, Os - Volume XII
Gênero:    Zumbi | Suspense | História em quadrinhos

Confira um trecho da série lançada pela AMC:

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