sábado, 20 de setembro de 2014

The Walking Dead: a ascensão do governador (Robert Kirkman / Jay Bonansinga)



            O universo dos zumbis sempre foi uma das características mais assustadoras das produções cinematográficas do gênero de terror. Antes restrito a uma localidade (casa, ilha, cemitério) a tragédia de uma contaminação ganhou tamanha importância que foi reproduzida para os telespectadores até mesmo como um fator que poderia causar o extermínio da humanidade com o consequente fim da civilização. Esse é o universo no qual esta obra é constituída, de forma que os poucos sobreviventes contam com as chances remotas de escaparem ilesos.
            Há poucos dias uma contaminação dizimara a população da cidade de Atlanta. Não bastasse a interrupção de milhares de vidas, o mal havia criado um exército de mortos-vivos em decomposição, famintos e extremamente agressivos. Nenhuma notícia sobre aquela carnificina e os poucos recursos de telecomunicações disponíveis informavam apenas acerca da existência de um campo de refugiados.
            Em meio a todo o caos, um pequeno grupo se apegava as suas improváveis chances de sobrevivência: Brian Blake e seu irmão Philip, cuja esposa, Sarah, havia falecido; Penny, uma garotinha filha de Philip; Nick Parsons e Bobby Marsh, amigos dos Blake. Desses, Philip tinha uma personalidade forte voltada à liderança do grupo, enquanto seu irmão se assombrava pelo medo e fraqueza. Entre eles reinava o clima de assombro diante de toda a catástrofe, bem como de total insegurança onde quer que estivessem. Não fosse a frieza de Philip, todo o grupo teria sido dizimado, tamanha a hostilidade dos zumbis.
            Em um mundo iminentemente devastado, a obra enfoca outra questão: a crise do sentimento de fraternidade. Alguém que havia sido um ente querido durante a vida, tornara-se um ser letal após se contaminar, uma criatura errante a vagar em busca de outra vítima. Aqueles que não foram capazes de resistir ao sentimento de apego acabaram sucumbindo e tornando-se mais um deles. Contudo, somente vencendo a pena e destruindo o crânio das criaturas da maneira mais covarde e atroz, a ameaça poderia ser destruída.
            Mesmo que incertos naquela civilização apocalíptica, o grupo liderado por Philip vagaria em busca do campo de refugiados. No caminho, um outro grupo seria descoberto: David Chalmers e suas filhas April e Tara. Contudo, tal encontro traria conflitos que poriam em xeque o objetivo de sobrevivência comum a todos.
            The Walking Dead iniciou com histórias em quadrinhos que foram adaptadas para um seriado televisivo de sucesso. A história contada nessa obra revela um lado que o seriado não retrata: a ascensão de uma das figuras mais emblemáticas, crueis e controversas da história, que é o governador. Para Philip, a manutenção da própria vida só tinha sentido se fosse capaz de proteger a de sua filhinha Penny. Portanto, o fio do novelo da história se desenrola a partir do momento em que Penny é terrivelmente ameaçada. Por outro lado, os sentimentos de incapacidade de Brian acabam por alimentar uma coragem nunca antes manifesta em toda a sua vida. O clima catastrófico de Atlanta faria ascender uma ameaça tão terrível quanto os próprios errantes espalhados pelas ruas.

REFERÊNCIA LITERÁRIA
Título:       Walking Dead, The
Subtítulo:  a ascensão do governador
Autoria:     Robert Kirkman / Jay Bonansinga
Editora:     Galera Record
Ano:           2012
Local:         Rio de Janeiro
Edição:       6ª
Série:         The Walking Dead - Livro I
Gênero:     Zumbi | Suspense

Confira o trailer da série lançada em 2010:

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